No dia 4 de abril de 2025, realizou-se em Braga a conferência "Inteligência Artificial e Agricultura de Precisão", um evento promovido pela Especialidade de Engenharia Agronómica e a Delegação Distrital de Braga, com a colaboração da Especialidade de Engenharia Florestal e do Colégio Nacional de Engenharia Agronómica.
O seminário iniciou-se com a intervenção de Leonel Cunha e Silva, Delegado Distrital de Braga da OE que destacou a relevância da Engenharia no novo paradigma da agricultura, centrado na aplicação da inteligência artificial.
Seguidamente, Adelino Bernardo, Coordenador do Grupo de Trabalho de Engenharia Civil da OERN, apresentou o programa da conferência e assumiu a moderação da sessão.


A sessão de apresentações abriu com Domingos Godinho, da CONFAGRI, que abordou o tema “As cooperativas na promoção do uso de dados pelas explorações para melhorar as decisões de gestão das culturas”. Sublinhou a importância da digitalização inclusiva, acessível a todos os agricultores, e o papel estratégico das cooperativas na transformação dos dados recolhidos em recomendações práticas e eficazes. Deu a conhecer ainda o projeto DIGIFARM2ALL, que envolve múltiplos parceiros e abrange culturas como o olival, kiwi, citrinos, vinha, framboesa e abacate, enfatizando a necessidade de calibrar a tecnologia para cada realidade local e de formar técnicos e agricultores.
Seguiu-se a intervenção da Paula Garcia, da DGAV, com a comunicação “Aplicações aéreas de produtos fitofarmacêuticos”. Explicou que, embora a Diretiva 2009/128/CE proíba estas aplicações, existem exceções regulamentadas, nomeadamente para culturas como o arroz e o tomate. Com o avanço tecnológico, especialmente o uso de drones, defende-se a revisão das regras europeias, desde que acompanhada por estudos rigorosos sobre exposição, eficácia e segurança.


João Mendes, do IPB e CEDRI, apresentou a comunicação “O papel da Inteligência Artificial na Agricultura”. Demonstrou como a IA pode otimizar os processos agrícolas em várias etapas, da plantação à colheita e ressaltou que a IA promove a sustentabilidade ao reduzir o impacto ambiental e aumentar a eficiência dos recursos.
A “Tecnologia digital na análise e mitigação de fogos rurais” foi o tema apresentado por José Aranha, da UTAD, tratou do tema Apontou que muitos incêndios resultam do uso indevido do fogo e da pirotecnia. Apresentou soluções baseadas em Sistemas de Informação Geográfica (SIG), que permitem analisar e prevenir riscos, utilizando dados e software gratuitos. Mostrou ainda um caso prático com mapas de perigo de incêndio, realçando a importância da atualização constante dos inventários e mapas para uma gestão florestal eficaz.
Por fim, André Aguiar, do TRIB LAB, apresentou a comunicação “Robótica e IoT para agricultura e floresta de precisão inteligente” onde deu a conhecer soluções inovadoras que integram robótica e Internet das Coisas para melhorar a eficiência e automação em vinhas, pomares, florestas e culturas protegidas.
Ana Aguiar, da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e CNEA da Ordem dos Engenheiros, procedeu ao resumo das intervenções.



Na sessão de encerramento, Bento Aires, Presidente do Conselho Diretivo da Ordem dos Engenheiros – Região Norte, destacou a presença contínua da Ordem naquela que é a maior feira agrícola da Região Norte, sublinhando que "os Engenheiros têm um papel incontornável neste contexto". Enfatizou, ainda, a diferença entre uma agricultura feita sem engenheiros e aquela que conta com a sua intervenção técnica e científica.
A última intervenção do dia coube a José Manuel Fernandes, Ministro da Agricultura e Pescas, que estabeleceu uma ponte com os diversos programas de apoio à agricultura, reconhecendo a importância do conhecimento técnico na construção de um setor agrícola mais moderno, competitivo e sustentável.
Esta conferência evidenciou a crescente relevância da inteligência artificial e das tecnologias digitais no setor agrícola e florestal, evidenciando que a engenharia desempenha um papel central na transformação do setor, promovendo soluções sustentáveis, eficientes e adaptadas à realidade de cada exploração. Os exemplos apresentados reforçaram que o futuro da agricultura depende da integração entre conhecimento técnico e inovação, sublinhando o papel essencial do engenheiro agrónomo na ligação direta com a atividade agrícola e na aplicação prática das ferramentas digitais.


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